Sunday 12 July 2009

Hyderabad & Asmitha MFI

4.30AM… durmo como um menino (ou ronco que nem um porco…) e toca o maldito despertador. Nem a pica da visita as operações no terreno de uma microfinança ajudou muito à moral. Estava MESMO cheio de sono… O taxista parece que adivinhou e deciciu deixar me no terminal errado para o voo que ia fazer.
Que melhor maneira de acordar do que atravessar o aeroporto de Mumbai a correr às 5 da manhã, noite e chuva com 3 malas? Assim de repente não me lembro de nenhuma!

Voo uma hora e lá estou em Hyderabad. Dizem me que Hyderabad é a cidade mais muçulmana da India. Não sei se será a mais, mas muito é seguramente. A arquitectura, a culinária, as pessoas, … parece Marrocos, mas muuuuito muuuuuito mais caótico. Estou surpreso com o caos que é o trânsito… Apesar de já ter experiência de cidades bem caóticas em África (e até Paris!) e de já ter visto videos no Youtube sobre o assunto do trânsito na India, a verdade é que ao vivo tem um impacto incrivel… é tudo ao milimétro!

Nos arredores constroi-se uma nova zona da cidade, voltada para as novas tecnologias. Curiosamente chama-se Cyberabad! Lindo!
Lindo é também o contraste entre a degradação aparente e o “brain power” escondido… Imaginem só que pela cidade há cartazes (tipo os que nós temos em pt a anunciar a tourada ou o circo) a anunciar pasmem-se: aulas de preparação ao GMAT!

É algo que prende a atenção… olho em volta e o cenário parece um palco de guerra, no entanto, o GMAT anuncia-se às massas! Em Portugal quase ninguem sabe sequer o que o GMAT é…

O objectivo do dia é acompanhar as equipas da Asmitha Microfinance no terreno, entender o modelo de funcionamento, o modo como interagem com as pessoas, o que está a contecer às pessoas que são clientes, etc. Posso dizer que foi um previlégio incrivel assistir às reuniões, poder fazer perguntas directamente às pessoas, etc.

Aqui, ao vivo e a cores o badalado “bottom of the pyramid”… os mais pobres entre os pobres… Por esta altura todo e qualquer cansaço estava mais do que esquecido. Comigo está também uma comitiva (um Alemão e dois Indianos de Mumbai) de um banco que também começou recentemente um departamento de microfinança e também pretende estudar as operações da Asmitha.

Assistimos às reuniões, ao pagamemto das prestações (semanais), ao pedido de novos empréstimos, à entrega de outros, assistimos às actividades económicas possibilitadas pelos micro-empréstimos, etc, etc, etc!

Num grupo perguntei qual tinha sido a evolução do rendimento diário liquido (o liquido não é referente a impostos, mas sim de despesas fixas) da família desde que começou a ser cliente da Asmitha. Depois de alguma discussão a resposta é que em média o aumento foi de 15 rupias para 60 neste momento.
Noutro grupo a evolução tinha sido de zero para cem rupias por dia… ao longo de 4 anos.

Efectivamente, funciona!

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